quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Moro diz em depoimento que pré-candidatura à Presidência não lhe deu vantagem e só trouxe desgaste político

   Moro é alvo de duas Ações de Investigação Judicial Eleitoral (AIJEs), que apontam abuso de poder econômico, caixa dois e utilização indevida de meios de comunicação social durante a pré-campanha eleitoral de 2022.


  O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) falou em depoimento ao Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) que não obteve vantagem eleitoral e nega a acusação de desequilíbrio eleitoral causado por irregular pré-campanha ao cargo de presidente da República.

  Moro é alvo de duas Ações de Investigação Judicial Eleitoral (AIJEs), que apontam abuso de poder econômico, caixa dois e utilização indevida de meios de comunicação social durante a pré-campanha eleitoral de 2022. Os processos, que são analisados em conjunto, também pedem a cassação do mandato do parlamentar.

  As duas ações foram protocoladas por duas frentes antagônicas na política nacional. A primeira pelo pelo Partido Liberal (PL), de base bolsonarista, e a outra pela Federação Brasil da Esperança - FÉ BRASIL (PT/PCdoB/PV), base que elegeu o governo Lula, em novembro e dezembro de 2022.

"Eu acho engraçado quando vejo na inicial e vejo também os advogados colocando que a pré-candidatura presencial teria me dado alguma vantagem competitiva para a candidatura posterior no Senado do Paraná. Foi exatamente o contrário, foi um peso enorme nas costas e eu fui severamente atacado por semanas e depois disso prosseguiu. Isso só na verdade me trouxe um grande desgaste político", disse Moro no depoimento obtido pelo blog.

  O senador lembra que foi nessa época que o seu partido, o União Brasil, pediu para que ele fizesse a transferência do domicílio eleitoral para São Paulo. Segundo ele, para que pudesse concorrer ao Senado ou à Câmara. Nesse período, alega Moro, as atividades partidárias ocorreram no estado de São Paulo e não constituíram em vantagem posterior na campanha no Paraná.

"Só me trouxe um desgaste, porque depois o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo acabou decidindo de respeito à decisão do tribunal, evidentemente, mas acabou decidindo que não era válida minha transferência de domicílio eleitoral para São Paulo."

  Moro continua: "Isso foi em 7 de junho. Então, até essa data, não teve nenhuma atividade partidária, seja no Podemos na fase ali da pré-candidatura presencial, ou seja, lá em São Paulo, numa pré-candidatura ao Senado ou para Deputado Federal, que tivesse algum reflexo positivo posteriormente aqui para a candidatura ao Senado pelo Paraná, pelo contrário".

  O senador alegou que adversários políticos no Paraná usaram a tentativa de candidatura por São Paulo como algo negativo ao eleitorado local.

  Moro alega que não há provas de que ele tenha usado a pré-candidatura presidencial para conseguir visibilidade e diz que não precisaria disso por ser uma pessoa amplamente conhecida.

"Não é verdadeiro e nenhum momento a pré-candidatura presencial foi utilizada como uma espécie catapulta para uma candidatura a algum outro cargo. Até porque eu não tinha necessidade disso", afirmou.

"Muitas vezes quando se faz isso é que alguém quer se tornar conhecido e eu já era sobejamente conhecido no Paraná ou no Brasil inteiro sem uma pré-candidatura presencial ou sem uma pré-candidatura ao Senado por São Paulo", completa.

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